Cidades

Governo do AM deve R$ 10,8 milhões e segurança pública corre risco com corte de viaturas

A segurança pública do Amazonas enfrenta mais um capítulo preocupante. A empresa A.C.B Locadora de Veículos LTDA, responsável pelo fornecimento de veículos utilizados em operações policiais e outras atividades essenciais da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-AM), anunciou oficialmente a suspensão imediata de seus serviços por falta de pagamento, nesta terça-feira (6/5).

O motivo? O acúmulo de 11 faturas inadimplidas, totalizando R$ 10.896.595,42 (dez milhões, oitocentos e noventa e seis mil, quinhentos e noventa e cinco reais e quarenta e dois centavos), conforme expresso em ofício encaminhado à SSP-AM e assinado por Alessandro Corrêa Bergamasco, representante legal da empresa.

Segundo a locadora, mesmo diante da inadimplência milionária, os serviços foram mantidos até agora em respeito à essencialidade da segurança pública. No entanto, o cenário financeiro tornou-se insustentável, afetando não só o contrato com a SSP-AM, mas também outros contratos vigentes da empresa.

A empresa solicita a devolução imediata dos veículos vinculados ao Contrato nº 038/2018, atualmente em operação, até que a Secretaria apresente uma proposta concreta de regularização dos débitos vencidos.

Essa paralisação tende a agravar ainda mais a já precária situação de diversos batalhões da capital e do interior. Em algumas Companhias Interativas Comunitárias (Cicoms), há registro de unidades operando com apenas uma viatura, o que compromete diretamente a capacidade de resposta da polícia em situações de emergência, patrulhamentos, rondas e operações preventivas.

A interrupção dos serviços de locação coloca em xeque o planejamento da segurança pública em um estado com altos índices de criminalidade. A ausência de viaturas nas ruas pode representar um retrocesso grave na proteção da população, além de sobrecarregar ainda mais os policiais que, sem recursos adequados, arriscam a própria vida diariamente.

A empresa afirma que está aberta a negociações, desde que os requisitos mínimos de reequilíbrio financeiro sejam atendidos. Porém, enquanto a dívida milionária persistir, os carros não voltam às ruas — e quem paga essa conta é o povo amazonense.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *