Delegado e investigador da PC-AM são alvos de operação da PF por sequestro, tortura e ligação com garimpo ilegal
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (22/5), a Operação Jeremias 22:17, com ramificações profundas no Amazonas. Entre os alvos da investigação estão um delegado de polícia do Amazonas, Adriano Félix, e um investigador da corporação, ambos apontados como envolvidos em um esquema criminoso que inclui sequestro, tortura e proteção a cargas de minério extraído ilegalmente da Terra Indígena Yanomami (TIY).
A operação cumpre 13 mandados de busca e apreensão e 7 de prisão temporária nos estados do Amazonas, Roraima, Bahia, São Paulo e Rio Grande do Sul. A investigação, conduzida em parceria com o Ministério Público de Roraima, teve início no município de Caracaraí-RR, onde um homem foi sequestrado e torturado por policiais que exigiam informações sobre o destino de uma carga de cassiterita, possivelmente desviada de garimpos ilegais.
Segundo a PF, os envolvidos teriam formado um grupo criminoso estruturado para escoltar ilegalmente o transporte de minérios e prestar “segurança” privada a garimpeiros, fora dos limites legais e institucionais. O caso escancara a infiltração do crime organizado dentro das forças de segurança e levanta um grave alerta sobre o envolvimento de agentes públicos no avanço do garimpo ilegal em terras indígenas.
Em nota ao Portal Norte News, a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) confirmou, em nota, que tomou conhecimento da operação e afirmou estar à disposição para colaborar com as investigações e o completo esclarecimento dos fatos.
O nome da operação, Jeremias 22:17, remete a um trecho bíblico que condena a injustiça e a violência: “Mas os teus olhos e o teu coração não atentam senão para a tua ganância, e para derramar sangue inocente, e para a opressão, e para a violência.” Uma escolha simbólica diante das acusações que recaem sobre quem deveria proteger a lei.
